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19.12.2025 02:51 PMOs preços do ouro e da prata permaneceram próximos de níveis recordes, depois que a inflação abaixo do esperado nos EUA sustentou as previsões de novos cortes nas taxas de juros. A platina se aproximou de seu pico de 17 anos.
Na quinta-feira, o preço à vista do ouro atingiu cerca de US$ 4.372 por onça, marcando a segunda semana consecutiva de alta. Segundo dados divulgados no mesmo dia, o IPC core dos EUA registrou o ritmo de crescimento mais lento desde o início de 2021, reforçando a percepção de que há espaço para a redução dos custos de empréstimos — um fator tradicionalmente favorável aos metais preciosos, que não oferecem rendimento. Nesse contexto, os investidores voltaram a concentrar a atenção nos sinais do Federal Reserve sobre os próximos passos da política monetária. Atualmente, o mercado estima em cerca de 25% a probabilidade de um corte de juros já em janeiro. Vale lembrar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem defendendo abertamente a redução das taxas no próximo ano e busca indicar para a presidência do Fed um aliado que compartilhe dessa visão.
Apesar do otimismo recente, analistas alertam para a possibilidade de correções no mercado de metais preciosos. Indicadores técnicos apontam condições de sobrecompra, e uma mudança abrupta no sentimento dos investidores ou uma reavaliação das perspectivas macroeconômicas poderia provocar recuos nos preços. Ainda assim, a visão de longo prazo para ouro e prata segue construtiva, especialmente diante das tensões geopolíticas e das preocupações com a desaceleração do crescimento econômico global. A platina, por sua vez, apresenta avanço mais consistente, impulsionada pelo aumento da demanda da indústria automotiva.
As tensões geopolíticas — em especial envolvendo a Venezuela — também reforçaram o apelo do ouro como ativo de refúgio. Trump ordenou o bloqueio de todos os petroleiros sancionados, elevando a pressão sobre Caracas em meio ao aumento da presença militar dos EUA na região.
No acumulado do ano, os metais preciosos registraram uma valorização expressiva, com ouro e prata caminhando para seus melhores desempenhos anuais desde 1979. A prata mais do que dobrou de preço, enquanto o ouro avançou cerca de dois terços, impulsionados por compras robustas de bancos centrais e por fortes entradas em ETFs lastreados em ouro.
Em relação ao panorama técnico atual do ouro, os compradores precisam romper a resistência mais próxima, em US$ 4372. Isso permitiria atingir alvos próximos a US$ 4432, acima dos quais seria bastante difícil romper. O alvo mais distante seria a área de US$ 4481. Em caso de queda, os vendedores tentarão recuperar o controle acima de US$ 4304. Se forem bem-sucedidos, uma quebra dessa faixa poderia causar um duro golpe às posições dos compradores e empurrar o ouro para uma baixa de US$ 4249, com potencial para atingir US$ 4186.
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*A análise de mercado aqui postada destina-se a aumentar o seu conhecimento, mas não dar instruções para fazer uma negociação.

